Movida pelo desejo de transformação, a INCLUSA, Associação em Defesa dos Direitos Humanos e Inclusão Social, localizada na Rua Treze de Maio, nº 70, realiza desde 2013 oficinas criativas para as crianças e adolescentes que moram em áreas de cortiços e ocupações da área central da cidade de São Paulo, principalmente no bairro da Bela Vista. O objetivo é estimular a criatividade desses jovens e abrir caminhos para novas áreas de conhecimento e interação.

No período da pandemia, entre 2020 a 2021, encontros semanais foram realizados na horta comunitária da Rua Maria José (nº 232) com oficinas de práticas artísticas através de diferentes saberes, como a produção de pigmentos naturais com a terra, criação de cadernos de anotações poéticas e exercícios de colagem. Além das práticas educativas, o objetivo deste trabalho também foi o de retomar o contato presencial, após período de confinamento, fazendo com que essas crianças e adolescentes se reconectassem com as pessoas de forma segura e em contato com a natureza.

“Durante os encontros no Viveiro foram propostas. atividades relacionadas ao desenho, à pintura e à criação de objetos, estimulando as crianças a perceberem que existe uma continuidade entre o espaço cotidiano, que inclui o ambiente urbano e doméstico, e as possíveis formas expressivas inscritas no amplo espectro das práticas artísticas”, disse Alessandra Bergamaschi, doutora em história da arte, que atuou como facilitadora do projeto de oficinas criativas no período de 2021 e 2022. “Acredito que essa relação entre arte e vida seja útil para instigá-los a desmistificar o conceito de “obra de arte” e estimulá-los a investigar a materialidade das coisas, desenvolvendo habilidades manuais, senso crítico e segurança em processos cujo resultado não é definido a priori.”

Na Praça Dom Orione foram realizadas ‘Oficinas de Corpo-Espaço com Bambus’ pelas orientadoras Maria Noujaim e Sabrina Dias. Uma brincadeira coletiva, onde todos estavam distantes e conectados ao mesmo tempo. O trabalho com os bambus ajudou a criar uma consciência espacial e do corpo. O fato de ter sido realizado em uma praça pública, abriu espaço para que todos os transeuntes também pudessem participar. Muitas crianças que estavam frequentando a praça, acabaram participando da brincadeira.

“As crianças diziam que as atividades eram muito boas”, diz Valdici, mãe de uma criança do projeto. Ela disse que as crianças gostavam de estar junto com os colegas, fazendo atividades externas e descobrindo a natureza. “Eu, que pude acompanhar algumas atividades com as crianças, achei muito enriquecedor”, completa Valdici.

“Meus filhos me disseram que adoraram a experiência que tiveram nesse projeto. Eles aprenderam a plantar, pintar, como trabalhar com a terra. Eles gostaram muito”, diz Mariana, mãe de 2 crianças e 1 adolescente do projeto.

No segundo semestre de 2022 a Inclusa vai realizar oficinas de pintura, desenho, fotografia, música, dança afro-brasileira, stencil e audiovisual. Além dessas atividades, as crianças e adolescentes que fazem parte do projeto vão visitar, pelo menos uma vez por mês, museus, exposições, teatros e cinemas. 

Quem quiser saber mais sobre o projeto basta entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo Instagram @inclusa__ .