O texto é para o Halloween , mas serve para o carnaval. Sua liberdade não pode jamais ferir a existência do outro nem apropriar-se de uma cultura que não é a sua.
Muitos tratam essa questão como um caso de apropriação cultural, mas é muito menos complexo e polêmico que isso. É uma questão de sensibilidade. Ao final desta matéria, talvez você perceba que colocar um cocar de índio e fazer rabiscos na pele não sejam a melhor escolha.
1. Anne Frank
O tweet abaixo foi o estopim para o retorno dessa discussão. Homenagear aquela figura histórica que você tanto admira não é errado, porém é importante analisar o contexto em que essa pessoa viveu e o que ela representou. Anne Frank foi uma grota forte que sofreu muito durante o período nazista. Sua boina tinha um significado, assim como seu casaco e seu diário. Transformar toda a história da adolescente em mera fantasia é ofensivo para a cultura judaica.
Não, gente, não pode. Antigamente, muitos atores pintavam o rosto com tinta preta e isso não era visto como algo pejorativo. Contudo, com o tempo, os movimentos negros foram se fortalecendo e manifestando desagrado com relação a isso. Primeiro, porque um ator negro podia estar interpretando o personagem ao invés de pintarem o corpo de um ator branco. Segundo, que essa atitude vinha sempre acompanhada de uma zoação. Terceiro, eles estavam se apropriando da cultura afro para, muitas vezes, fazer piada ou transformá-la em uma fantasia. O mesmo vale para looks que ironizam diferentes tipos de cabelo, como o Black Power – que também é um movimento negro.
3. Transexuais
Quando o mundo conheceu Caitlyn Jenner, não demorou muito para que lojas de fantasia lançassem roupas inspiradas na capa marcante da revista Vanity Fair, que mostra a socialite após a transição. Ou seja, os estabelecimentos pegaram um assunto seríssimo (identidade de gênero) e o transformaram em ~zoeirinha~. E se você acha que o fato de Caitlyn ser uma figura pública justifica, está enganada.